quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dr. Drauzio Varella entrevista Dra. Carmen Vergueiro

Métodos de doação

 
DrauzioComo se doa a medula óssea?
Carmen Vergueiro –Existem duas formas de doar a medula óssea: por punção de veia periférica para filtração das células-mãe, as células progenitoras, através de um aparelho ou puncionando a medula diretamente da cavidade do osso.

DrauzioComo é feita a doação por punção da veia periférica?
Carmen Vergueiro - É um procedimento parecido com o de doar plaquetas do sangue. Antes o doador recebe um medicamento que estimula a produção de células brancas, principalmente de células progenitoras imaturas, que migram da medula óssea para as veias. Cinco dias depois, seu sangue passa por uma máquina semelhante à de diálise, onde é filtrado para coletar essas células. Em média quatro horas de filtração bastam para conseguir a quantidade necessária de material que será processado e levado para o paciente que precisa do transplante.
DrauzioEsse procedimento dura, em geral, quatro horas. O doador sente algum desconforto?
Carmen Vergueiro – Algum desconforto pode ocorrer quando ele faz uso do estimulante para produzir mais células progenitoras. São sintomas semelhantes ao de uma gripe, um mal-estar que cede com qualquer analgésico.

Drauzio
Durante a filtração das células progenitoras, o doador corre algum risco?
Carmen Vergueiro –Não corre nenhum risco nem sente qualquer desconforto. É um procedimento realizado há mais de 20 anos, e nunca houve nenhum acidente com o doador.

DrauzioVocê disse que são dois métodos. Um é retirar as células progenitoras do sangue periférico. E o outro?
Carmen Vergueiro – O outro é puncionar diretamente a medula óssea do osso, do tutano, como você disse. Usando seringa e agulha, são feitas punções no osso do quadril para aspirar o material que contém as células progenitoras do sangue. Nesse caso, o doador é anestesiado para que não sinta dor. Esse procedimento dura 40 minutos.

DrauzioQuem pode ser doador de medula óssea?
Carmen Vergueiro – Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos, em bom estado de saúde, pode ser doadora de medula óssea. Não existe nenhum outro critério para exclusão.

DrauzioNão são excluídas pessoas que tiveram hepatite nem as portadoras do vírus HIV?
Carmen Vergueiro – A princípio, não. Pede-se apenas que a pessoa tenha boa saúde. A sorologia não é importante no momento em que entra no programa, pois a probabilidade é que, em cada dez mil, só uma seja doadora, talvez vários anos depois de ter-se inscrito como voluntária.
O importante é saber como ela está clinicamente na hora de doar. Só, então, se irá avaliar, por exemplo, se a hepatite representa um risco tão grande quanto o benefício de receber um transplante de medula óssea. 
 
 
Dra. Carmen Vergueiro é hematologista e trabalha na Santa Casa de São Paulo. Dra. Juliana Serro é membro da AMEO (Associação de Medula Óssea).


 
 

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